terça-feira, 9 de novembro de 2010

A Ditadura Militar no Brasil


Introdução

Podemos definir a Ditadura Militar como sendo o período da política brasileira em que os militares governaram o Brasil. Esta época vai de 1964 a 1985. Caracterizou-se pela falta de democracia, supressão de direitos constitucionais, censura, perseguição política e repressão aos que eram contra o regime militar.


O golpe militar de 1964

A crise política se arrastava desde a renúncia de Jânio Quadros em 1961. O vice de Jânio era João Goulart, que assumiu a presidência num clima político adverso. O governo de João Goulart (1961-1964) foi marcado pela abertura às organizações sociais. Estudantes, organização populares e trabalhadores ganharam espaço, causando a preocupação das classes conservadoras como, por exemplo, os empresários, banqueiros, Igreja Católica, militares e classe média. Todos temiam uma guinada do Brasil para o lado socialista. Vale lembrar, que neste período, o mundo vivia o auge da Guerra Fria.

Este estilo populista e de esquerda, chegou a gerar até mesmo preocupação nos EUA, que junto com as classes conservadoras brasileiras, temiam um golpe comunista.

Os partidos de oposição, como a União Democrática Nacional (UDN) e o Partido Social Democrático (PSD), acusavam Jango de estar planejando um golpe de esquerda e de ser o responsável pela carestia e pelo desabastecimento que o Brasil enfrentava.

No dia 13 de março de 1964, João Goulart realiza um grande comício na Central do Brasil ( Rio de Janeiro ), onde defende as Reformas de Base. Neste plano, Jango prometia mudanças radicais na estrutura agrária, econômica e educacional do país.

Seis dias depois, em 19 de março, os conservadores organizam uma manifestação contra as intenções de João Goulart. Foi a Marcha da Família com Deus pela Liberdade, que reuniu milhares de pessoas pelas ruas do centro da cidade de São Paulo.

O clima de crise política e as tensões sociais aumentavam a cada dia. No dia 31 de março de 1964, tropas de Minas Gerais e São Paulo saem às ruas. Para evitar uma guerra civil, Jango deixa o país refugiando-se no Uruguai. Os militares tomam o poder. Em 9 de abril, é decretado o Ato Institucional Número 1 (AI-1). Este, cassa mandatos políticos de opositores ao regime militar e tira a estabilidade de funcionários públicos.

O que é Ditadura ?

Ditadura é uma forma de governo em que o governante (presidente, rei, primeiro ministro) exerce seu poder sem respeitar a democracia, ou seja, governa de acordo com suas vontades ou com as do grupo político ao qual pertence.

Na ditadura não a respeito à divisão dos poderes (executivo, legislativo e judiciário). O ditador costuma exercer os três poderes.

Para evitar oposição, as ditaduras costumam proibir ou controlar os partidos políticos. Outras táticas ditatoriais envolvem a prisão de opositores políticos, censura aos meios de comunicação, controle dos sindicatos, proibição de manifestações públicas de oposição e supressão dos direitos civis.

Os governos ditatoriais costumam apoiar seu poder no uso das forças armadas.

Entre os anos de 1964 e 1985, o Brasil foi governado por uma forma de governo deste tipo. Sem eleições diretas para presidente da república, vários militares se alternaram no poder.

O Sequestro do Embaixador Americano









No início da tarde daquela quinta-feira, um grupo de jovens, formado por militantes dos movimentos clandestinos MR-8 (Movimento Revolucionário 8 de Outubro) e ALN (Ação Libertadora Nacional), protagonizou um dos mais ousados momentos da história da resistência contra a ditadura militar: o seqüestro do embaixador americano Charles Elbrick. Sua captura foi premeditada para que o seu resgate fosse negociado em troca da libertação de 15 presos políticos.

A operação aconteceu em Botafogo, quando o carro do diplomata foi interceptado no percurso entre a sua residência oficial e a sede da embaixada, no Centro. De lá foi levado para um casarão na Rua Barão de Petrópolis, onde permaneceu detido.





Pressionado, o governo brasileiro aceitou as condições impostas pelo grupo, frisando que a iniciativa visava impedir o sacrifício da personalidade americana. Clique aqui e confira a lista dos libertados.

Durante a operação, a equipe do JB recebeu telefonemas anônimos que orientavam a respeito da localização de cartas do embaixador escritas para a sua esposa, e de instruções dos seqüestradores a respeito da negociação da troca: a lista com o nome dos presos de interesse, as garantias de proteção ao embaixador, ... A primeira carta, encontrada no dia 5 estava na caixa de esmolas da igreja de Nossa Senhora da Glória, no Largo do Machado. A segunda,também encontrada no dia 5, estava no Supermercado Disco, no Leblon. A terceira, achada no dia 6, foi encontrada em frente à Editora Bloch, no Russel. A última carta foi achada numa praça em Copacabana, no dia 7.




No dia 8, conforme garantido pelos seqüestradores, o Sr. Elbrick foi libertado na Tijuca após a confirmação de que os exilados haviam chegado ao México.




As Cartas:
1ª Carta encontrada no dia 05 :



ORIGINAL





TRADUÇÃO






2ª Carta também encontrada no dia 05 :

ORIGINAL






TRADUÇÃO

3ª Carta encontrada dia 06:

ORIGINAL






TRADUÇÃO

Ultima carta encontrada :

ORIGINAL

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Videos da Ditadura





As Torturas da Ditadura Militar

PAU-DE-ARARA:O preso político era obrigado a sentar, abraçando os joelhos e
com os pés e as mãos amarradas. Um cano era introduzido sob os joelhos.Nesta posição, a vítima era pendurada entre dois cavaletes, com cerca de 1,5 metro de altura, e muitas pessoas não conseguem suportar o suplício e chegam até a perder a vida.



CHOQUE-ELÉTRICO: O torturador usa um magneto de telefone, acionado por uma manivela que conforme a velocidade imprimida, fornece uma descarga
elétrica de maior ou menor intensidade. Esta corrente é transmitida ao corpo
dos presos políticos pelos pólos positivo e negativo. O choque elétrico é
dado na cabeça, nos membros superiores e inferiores e também nos órgãos genitais das vitimas.



AFOGAMENTO NA CALDA DA VERDADE
:Consiste em afundar a cabeça da vítima em um tambor com água, urina e fezes e outros detritos repugnantes.A cabeça da vítima é mergulhada na ‘calda da verdade’ várias vezes. Depois o preso político é obrigado ficar sem tomar banho por vários dias e o seu cheiro torna-se insuportavel.



MAMADEIRA DE SUBVERSIVO
:Consiste em introduzir um gargalo de garrafa,
cheia de urina quente, na boca aberta do preso, pendurado em um pau-dearara.
Com o uso de uma estopa os torturadores comprimem a boca do
torturado, fazendo-o engolir o excremento.




BALÉ NO PEDREGULHO:A vítima é colocada, descalça e nua, em temperatura abaixo de zero, sob um chuveiro gelado, tendo como piso pedriscos ponte
agudos, que chegam a retalhar os pés da vítima. Para amenizar as dores a
tendência do preso é bailar sobre os pedriscos e os torturadores ainda fazem
uso da palmatória para ferir as partes mais sensíveis do corpo.



TELEFONE
:O torturador, com as palmas das mãos em posição côncava
aplica violento golpe, atingindo ambos os ouvidos da vítima a um só tempo.
O impacto é insuportável, em virtude da pressão e sempre há o rompimento
do tímpano, fazendo o torturado perder a audição.




AFOGAMENTO COM CAPUZ:Consiste em afundar a cabeça da vítima,
totalmente encapuzada, em córregos de água podre ou tambor d’água
poluída. O torturado, desesperadamente, tenta respirar e o capuz molhado se
introduz nas narinas, produzindo um mal-estar horrível, levando-o, ás
vezes, a perder o fôlego.




MASSAGEM
:o preso é algemado e encapuzado e o torturador faz uma
violenta massagem nos nervos mais sensíveis do corpo, deixando-o
totalmente paralisado por alguns minutos. As dores são Horríveis, levando a
vítima a um estado de desespero.




CADEIRA DO DRAGÃO
: Nessa espécie de cadeira elétrica, os presos sentavam pelados numa cadeira revestida de zinco ligada a terminais elétricos. Quando o aparelho era ligado na eletricidade, o zinco transmitia choques a todo o corpo. Muitas vezes, os torturadores enfiavam na cabeça da vítima um balde de metal, onde também eram aplicados choques.





SORO DA VERDADE
:O tal soro é o pentotal sódico, uma droga injetável que provoca na vítima um estado de sonolência e reduz as barreiras inibitórias. Sob seu efeito, a pessoa poderia falar coisas que normalmente não contaria - daí o nome "soro da verdade" e seu

Frei Tito


As torturas



No início de 1970, Frei Tito foi torturado nos porões da chamada “Operação Bandeirantes”. Na prisão, ele escreveu sobre a sua tortura e o documento correu pelo mundo e se transformou em símbolo de luta pelos direitos humanos. Em 1971 foi deportado para o Chile e, sob a ameaça de novamente ser preso, fugiu para a Itália. Em Roma, não encontrou apoio da Igreja Católica, por ser considerado um “frade terrorista”. De Roma foi para Paris, onde recebeu apoio dos dominicanos.
Traumatizado pela tortura que sofreu, Frei Tito submeteu-se a um tratamento psiquiátrico. Seu estado era instável, vivendo uma agoniada alternância entre prisão e liberdade diante do passado.
No dia 10 de Agosto de 1974, um morador dos arredores de Lyon, encontrou o corpo de Frei Tito, suspenso por uma corda. A causa da morte – suspeita de suicídio – tornou-se um enigma.
Foi enterrado no cemitério dominicano Sainte Marie de La Tourette, em Éveux. Em 25 de Março de 1983, o corpo de Frei Tito chegou ao Brasil. Antes de chegar a Fortaleza, passou por São Paulo, onde foi realizada uma celebração litúrgica em memória dos mortos pela ditadura de 1964: o próprio Frei Tito e Alexandre Vannucchi. Cercado por bispos e numeroso grupo de sacerdotes, Dom Paulo Evaristo Arns repudiou a tragédia da tortura em missa de corpo presente acompanhada por mais de quatro mil pessoas. A missa foi celebrada em trajes vermelhos, trajes usados em celebrações dos mártires.